As batalhas e as guerras

Há desabafos que às vezes é melhor a gente não se atrever muito a fazer em voz alta porque a "carapuça" pode servir a imensa gente. Há momentos na vida que nos damos conta o quanto esta é injusta. Travei uma luta, matei-me a estudar, joguei limpo e quem se lixou fui eu. Armei-me em confiante, sentei-me nas primeiras filas, dispensei auxiliares de memória, iphones e afins, e no final fui prejudicada por quem o fez.

 Não sei se hei-de ficar desolada ou sentir orgulhosa de mim mas, lá no fundo toca-me uma profunda tristeza. Sou eu a pessoa que foi para o Brasil de intercâmbio, matou-se a estudar tudo para terminar um curso de Medicina em 5 anos em vez de 6, para ter tempo de estudar para um exame de especialidade ou mesmo trabalhar algumas horas. Sou eu, que pode ver esse objectivo travado por 2 cadeiras semestrais. Porque são as pessoas que copiam que têm melhores respostas que as nossas, que puxam o panorama e que os nossos exames são comparados. 

Talvez 3 meses não sejam nada. Este é o tempo que terei, no máximo, outra oportunidade por ser aluna finalista. Mas é o meu orgulho, é desapontar quem amo e deixar rir entre dentes essa "gentinha que fala". E depois, porque mesmo fazendo tudo, uma pessoa olha para trás e encontra os maiores defeitos, e a sensação que poderia ter feito mais. Resta ir à revisão, marcar um novo exame, seguir em frente e dar o máximo dos máximo. Perdemos batalhas mas não guerras. 

C.