sexta-feira, 28 de março de 2014

E o meu fim de semana começa agora...

Acabo de preparar a mala para ir para casa e as cadelas já estão agitadas, adivinhando que vamos para casa. Tenho andado "azeda", fechada em mim e com o sono alterado. Não sei o que fazer da minha vida. Só quero que isto passe. E encontrei umas frases que amei, aqui fica:

“A consciência de uma planta no meio do Inverno não está voltada para o Verão que passou, mas para a Primavera que há-de chegar. A planta não pensa nos dias que já foram, mas nos que virão. Se as plantas estão certas de que a Primavera virá, porque será que nós – os humanos – não acreditamos que um dia seremos capazes de atingir tudo o que queremos?"
Khalil Gibran


segunda-feira, 17 de março de 2014

Repetir ou não o exame?

Estou perante a maior decisão da minha vida. Repetir ou não o exame de especialidade é a questão que tanto me atrapalha. Encontro-me perante uma altura transitória e então faltam factos, faltam leis. Como não consigo decidir, comecei a estudar enquanto trabalho. Conhecimento não ocupa lugar e entretanto decido. Enquanto isso, o meu sistema imunitário mostra a trapalhada que cá vai dentro de mim e ontem fui atacada por herpes labial, assustei-me quando me vi ao espelho com o lábio super inchado. Aqui, nas fotos tiradas durante a tarde, ainda não tinha sido atacada. Foi uma tarde na relva a relaxar com as minhas "meninas".




C.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Urgências ingratas

Pior que trabalhar 12 horas nas urgências de pediatria, não parando sequer para um café, para lanchar, para beber ou ir à casa de banho, apenas um curto almoço, é levar sempre com pessoas a mandar vir connosco. Mesmo que a urgência que levou os pais a levar a criança, afinal não seja tão urgente e que eu não tenha descansado um minuto. Talvez não entendam que tenho de me concentrar, que tenho de estar atenta e tenho que escrever, para o meu interesse e para o interesse do doente, tudo no computador. E isso leva tempo. É triste, mas às vezes passo mais tempo em frente a um ecrã do que a ver propriamente o doente. Mas  para eles, devo estar a jogar solitário porque sempre que a porta do consultório se abre espreitam para dentro e olham-me com má cara. Não entendem, que perco tempo completar histórias clínicas de doentes, a requisitar exames, a ver resultados e a internar doentes. Mas mais triste, é dar-me conta que cada vez mais as pessoas se habituaram a reclamar por tudo e por nada. Somos médicos, mas somos humanos. Chego ao fim do dia a desfalecer e ainda venho para casa fazer o jantar. 

C.